Deputada Erika Hilton acusa Nikolas Ferreira após visita a Bolsonaro
Representação de notícia-crime aponta uso de celular durante encontro na casa do ex-presidente, com pedido de apreensão do aparelho
A deputada Erika Hilton (PSOL) protocolou uma notícia-crime contra o deputado Nikolas Ferreira (PL), sob o argumento de que ele utilizou o celular durante a visita ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na residência onde ele cumpre prisão domiciliar. A parlamentar pediu que o aparelho seja apreendido para passar por preservação e análise pelas autoridades competentes.
A visita, realizada em Brasília, na última sexta-feira (21), ganhou notoriedade após imagens captadas por drone e veiculadas pela TV Globo. Nas imagens, o deputado aparece – aparentemente – manuseando o celular enquanto dialoga com Bolsonaro.
Conforme Erika Hilton, o uso do dispositivo contrariou as regras definidas por decisão judicial de agosto. A deputada publicou em suas redes sociais que o celular foi utilizado na área externa da casa e que isso poderia ter relação com uma possível tentativa de remover a tornozeleira eletrônica.
Em razão disso, Erika solicitou a apreensão do aparelho para que as autoridades possam fazer a preservação e a análise cabíveis. A deputada também afirma que Nikolas “descumpriu as determinações legais da prisão domiciliar de Bolsonaro e pode ter auxiliado o ex-presidente na tentativa de arrancar sua tornozeleira eletrônica”. Ela acrescenta que haveria indícios de que a remoção do equipamento integraria um plano para provocar comoção entre apoiadores na porta da residência e até facilitar uma fuga para alguma embaixada.
Ao justificar a medida, Erika ressaltou que “a Justiça brasileira não pode ser desrespeitada em nome dos interesses politiqueiros desse projeto autoritário fantasiado de parlamentar”.
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O que Nikolas Ferreira diz sobre a visita
A assessoria do deputado enviou ao Portal iG uma nota na qual Nikolas afirma ter recebido “com absoluto espanto a atitude da Rede Globo, que utilizou um drone para invadir um ambiente privado, filmando sem autorização um ex-Presidente da República e um parlamentar”. O deputado classificou o registro como “uma violação grave de privacidade, totalmente incompatível com qualquer padrão mínimo de ética jornalística”.
Sobre o suposto descumprimento da decisão judicial, ele afirmou que “não houve comunicação prévia de qualquer restrição ao uso de celular, nem por parte do Judiciário, nem pelos agentes responsáveis pela fiscalização durante a visita”. Disse ainda que, sem orientação formal, “não existe como alegar descumprimento” e reiterou que não teve a intenção de desobedecer decisões judiciais.
No fim da nota, Nikolas comentou que “o episódio revela mais sobre a conduta invasiva da emissora do que sobre quem foi filmado clandestinamente.” E completou, em tom ácido, que “vão precisar de uma narrativa mais forte. Tentem na próxima, patéticos”. O deputado não se manifestou publicamente sobre a própria denúncia.
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